
Experiência
Experiência

Guião da Experiência Clássica de Piaget
Idade da amostra
Segundo Piaget, as crianças entre os 4 e 24 meses de idade, as crianças neste período começam a desenvolver o conceito de permanência do objeto. Assim, para comprovar este facto, iremos realizar uma experiência, com vista a demonstrar esta teoria, com uma criança de 11 meses. O objetivo, será comparar a reação e comportamento desta criança, com o expectável, para Piaget, aos 11 meses de idade.
Etapas da prova Piagetiana:
- Preparação da prova: Primeiramente, é importante preparar o ambiente, sendo que este deve ser controlado, e se possível familiar à criança. O pesquisador e a criança devem permanecem frente a frente (Fernandes, H,. 2024). Assim sendo, o ambiente escolhido é a casa da nossa colega, onde a criança já se encontra familiarizada, de forma a evitar quaisquer interferências exteriores. Nesta etapa, é importante definir quais os objetos a serem utilizados, sendo preferível escolher objetos atraentes com os quais a criança já se encontre familiarizada e que chama a sua atenção, de entre os brinquedos disponíveis esta não mostrou qualquer interesse nos seus objetos conhecidos, direcionando o foco da sua atenção ao comando da televisão, com o qual gosta de brincar. Assim, de entre as opções, e tendo em vista, a preferência da criança, decidiu-se que o objeto a ser utilizado para esta experiência é o comando da televisão.
- Apresentação do objeto: O pesquisador deverá mostrar o brinquedo à criança, permitindo que esta interaja com ele e que lhe toque, brincando com ela, por exemplo. Após algum tempo, o objeto deverá lhe ser retirado, sendo que a criança não lhe poderá tocar nem poderá ser visível (Fernandes, H,. 2024). De forma a atingir esta etapa, dêmos oportunidade de a criança brincar com o objeto escolhido e de manuseá-lo. Após isto, e com a ajuda de uma fralda de pano, escondeu-se o brinquedo de modo a conseguirmos dar resposta a esta etapa do procedimento.
- Observação do comportamento da criança: A partir dos 8 meses e antes dos 12, a criança deverá mostrar sinais claros de procura ativa por objetos escondidos. No entanto, muitas vezes era cometido o erro A-not-B, sendo que se o objeto fosse repetidamente escondido num local (A) e posteriormente movido para outro (B) com a observação da criança, esta ainda tenderia a procurar o seu brinquedo no objeto no primeiro local (A)(Fernandes, H,. 2024). Desta forma, com experiência, pretendemos averiguar se a nossa amostra tende a ser o comportamento expectável ou se tende a cometer o erro A-not-B
Interpretação dos Resultados
O objetivo desta experiência é sobretudo averiguar se a nossa "amostra" segue o expectável para a sua idade segundo Piaget, ou se comete o erro A-not-B. De forma a dar resposta ao nosso objetivo, durante toda a experiência tentámos promover um ambiente seguro e que fosse de acordo com as necessidades da criança, para que não houvesse interferência de terceiros ou de elementos externos que afetassem, de alguma forma, os nossos resultados.
Numa primeira fase da experiência, dêmos oportunidade da criança se familiarizar com o objeto e de manuseá-lo, para que esta direcionasse o foco da sua atenção para este. Depois de esta brincar com o brinquedo começamos a nossa exploração, chegando a uma pergunta inicial: será que a nossa amostra comete o erro A-not-B? A qual pretendemos dar resposta
Foram precisas algumas tentativas para chegarmos a um resultado plausível. Numa primeira tentativa, tal como é possível visualizar no vídeo, ao escondermos o objeto de interesse, a criança não demonstrou qualquer curiosidade em procurar o objeto escondido, como tal, tentámos uma segunda vez. Na segunda tentativa verificou-se o mesmo que anteriormente, a criança não focalizou a sua atenção no objeto demonstrando-se um pouco desconfiada, direcionando o seu olhar para o telemóvel que se encontrava a gravar. Como não há duas sem três, tentámos uma terceira vez, sendo que esta se demonstrou eficaz, após escondermos o objeto debaixo da fralda de pano, este prontamente o procurou, assim repetimos este fenómeno duas vezes e em ambas ela demonstrou entusiasmo em conseguir o seu brinquedo.
Mas e se escondêssemos o objeto em um lugar diferente? Será que ela procuraria no lugar anterior?
Deste modo, para dar resposta à questão proposta anteriormente e à nossa pergunta preliminar, seguimos os mesmos passos do procedimento anterior, só que desta vez escondemos o brinquedo num sítio diferente. Com esta alteração, constatou-se que a criança tende a procurar o objeto no primeiro lugar onde este foi colocado, confirmando a teoria de Piaget, que esta tem tendência a cometer o erro A-not- B. No entanto, ao realizarmos uma segunda tentativa confirmatória deste acontecimento, verificou-se que a criança já não comete o erro, procurando o objeto no local correto. Por obtermos resultados distintos, decidimos realizar uma terceira tentativa para conseguirmos chegar a um resultado concreto, desta forma, observámos que a nossa amostra tende a procurar o objeto local correto.
Tendo em vista os resultados obtidos, chegamos à conclusão de que a nossa amostra comete o erro A-not- B, apesar de após algumas tentativas conseguir o que seria expectável. No entanto, esse resultado só foi conseguido por repetição do comportamento, uma vez que, nas primeiras tentativas a criança não mantinha o seu foco no objeto, nem demonstrava nenhum interesse em procurá-lo, confirmando que poderá estar numa fase mais primitiva do seu desenvolvimento cognitivo, dado que não demonstrou ao longo da experiência capacidade de compreender a existência do objeto e apenas conseguiu o seu resultado por repetição do mesmo (Fernandes, H,. 2024). Porém, este défice de atenção por parte da criança, pode estar relacionado com o ambiente em que esta se encontra, uma vez que o meio de gravação despertou a atenção da criança, direcionando o foco desta para o telemóvel, acreditamos desta forma, que o ambiente possuiu uma grande importância nos resultados obtidos.
Referências Bibliográficas:
Fernandes, H,. (2024) - Escola Superior de Saúde do Instituto Politécnico de Setúbal . Protocolo da permanência do objecto(Jean Piaget). Possível visualizar em: https://moodle.ips.pt/2425/mod/resource/view.php?id=5139